As provocações referentes ao fenômeno contemporâneo da desinformação fervem um campo do saber bombardeado diariamente por acontecimentos, narrativas e desdobramentos únicos e complexos próprios do jornalismo. Nesse contexto, profissionais da área, estudiosos, alunos e sociedade civil se veem imersos em um processo instável e irreversível em direção às incertezas. Tal convergência é justificada por uma "corrida armamentista" de desinformação em nível nacional e internacional, atribuída -em muitos casos- a grupos partidários e canais de mídia digitais aptos a distorcer o ambiente da informação; o objetivo ? Mais do que persuadir a sua audiência de que seu material enganoso é confiável, é contestar o status de credibilidade institucional atribuído historicamente ao exercício jornalístico.
Nesse sentido, o papel objetivo, funcional e ético do jornalismo não só é ofuscado, como também é colocado constantemente à prova frente aos novos mecanismos tecnológicos de compartilhamento de "fake news", informações incorretas e fatos mal apurados. Cabe aos comprometidos com o imperativo da verdade no fazer jornalístico, portanto, delimitar a problemática a partir da compreensão das facetas da desinformação, bem como dar uma resposta à onda de desordem ocasionada pela crise de confiança do jornalismo.